HEBREUS 8:8-12 —
“Repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa
de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança, não segundo a
aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito; como não permaneceram naquela minha aliança, eu para eles não
atentei, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei
com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e
em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por
povo; e não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo:
Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.
Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de
suas prevaricações não me lembrarei mais.”
Os teólogos do
Pacto acreditam que seja significativo que quatro epístolas do Novo Testamento
mencionem a Nova Aliança — e Hebreus menciona os seus termos em detalhes. Para
eles isso provaria que a Nova Aliança teria sido feita nestes tempos cristãos
com a Igreja, pois as epístolas foram escritas a cristãos. Todavia, nenhuma das
quatro passagens das epístolas diz qualquer coisa sobre a aliança estar sendo
feita com a Igreja (os cristãos). Ao contrário, Romanos 11:27 e Hebreus 8:8
nitidamente declaram que ela será feita “com
a casa de Israel e com a casa de Judá”. Além disso, Hebreus 8 declara que a
aliança ainda não foi feita com ninguém — nem com Israel e nem com a Igreja! O
verbo está no futuro, ao indicar, “estabelecerei...”.
Não diz “estabeleci...”, pois como
regra geral, as bênçãos para Israel são declaradas como algo ainda futuro. É
como o Senhor indica, ao dizer, “estabelecerei...”.
Em contraste, as bênçãos cristãs são mencionadas no tempo presente — “temos...”. Uma leitura cuidadosa de
Hebreus 8 indica que a aliança ainda não tinha sido feita com Israel na época
em que a epístola foi escrita, isto é, na era cristã. A leitura desatenta da
passagem faz com que os seguidores da Teologia do Pacto a distorçam para dizer
que foi feita com a Igreja. Este é um exemplo de se torcer as Escrituras, que
significa desviá-las de seu significado ou do uso para o qual foram designadas.
(2 Pe 3:15-16).
O foco do ensino
na epístola está em mostrar que a primeira aliança é agora velha e “perto está de acabar” (Hb 9:13), e por
isso não é aplicável a cristãos que possuem “um
novo e vivo caminho” de se aproximarem de Deus com base na obra consumada
de Cristo (Hb 10:19-2). O objetivo de
mencionar a “nova aliança” no texto
de Hebreus estava em mostrar que a antiga aliança iria acabar. Este é o
raciocínio: se existe uma nova aliança a ser feita, então fica claro que a
velha deve desaparecer — e com ela toda a ordem de coisas que lhe pertencia.
Portanto, o objetivo de falar da Nova Aliança em Hebreus não foi para ensinar
que ela teria sido feita com a Igreja, mas para demonstrar que a primeira ordem
de coisas debaixo da antiga aliança tinha sido agora colocada de lado. A
epístola toda gira em torno do estabelecimento deste fato.
Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.