JOÃO 5
A bênção na nova dispensação não seria
sobre o princípio das obras para merecer o favor de Deus (como era sob a Lei),
mas sobre o princípio da graça e do favor imerecido (Rm 4:4-5). Isto é
ilustrado na diferença entre a maneira como a bênção estava disponível aos que
estavam à beira do tanque de “Betesda”
e o modo como a bênção chegou até o “enfermo”
incapaz, que foi curado pelo Senhor.
A
cena à beira do tanque é uma figura do sistema legalista da antiga dispensação
(Jo 5:1-4). O tanque tinha “cinco
alpendres” que são uma figura dos cinco livros de Moisés. Em tempos
determinados um anjo descia e agitava a água, e o primeiro que atravessasse os
cinco pórticos e descesse ao tanque recebia a bênção. A bênção estava ali, porém
condicionada a algo que precisava ser feito para obtê-la. Isso ilustra o
sistema baseado em obras da Lei, que dizia “faze
isso, e viverás” (Lc 10:28). Uma pessoa naquele sistema legal precisava
guardar cerca de 613 exigências dos cinco livros de Moisés e, se conseguisse,
receberia a bênção.
Em
contraste a isso, com a vinda do Filho de Deus (Seu primeiro advento) as
bênçãos gratuitas ficariam disponíveis a todos os que cressem, sem exigências
legalistas (Rm 4:4-5; 11:6; Ef 2:9; Tt 3:5). Isto é ilustrado no homem
impotente sendo abençoado sem ter de vencer os cinco degraus e entrar no tanque
(Jo 5:5-16). Durante muitos e longos anos aquele homem lutou para conseguir
receber a bênção do tanque, e não foi capaz. Mas com a vinda do Filho de Deus
ele não precisou fazer coisa alguma! Isto aponta para o fato de que na nova
dispensação seria colocado um fim à guarda da Lei. “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”
(Rm 10:4).
É
significativo que este milagre tenha acontecido no dia de sábado, o que os Fariseus
consideravam uma violação daquele dia. Ele sugere que a graça não pode ficar presa
ao sistema legal e que o sábado já não mais seria observado na Dispensação da
Graça. Cristo “até do sábado é Senhor”
(Mt 12:8) e, portanto, maior que o sábado. Ele tinha poder para trabalhar em
prol da bênção do homem tanto naquele dia quanto em qualquer outro.
Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.