“A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?” por Bruce Anstey

A diferença entre eras e dispensações

A diferença entre eras e dispensações

As eras, também traduzidas como “séculos” ou “mundo” dependendo da versão, costumam ser frequentemente confundidas com dispensações, mas são coisas diferentes, apesar de estarem de alguma maneira conectadas. Na verdade a maioria daqueles que ensinam o Dispensacionalismo costuma apresentar um gráfico de eras chamando-as de dispensações. Somos gratos por preservarem a verdade dispensacional, mas eles não são claros quanto a estas distinções. Essencialmente, o que fazem é “homogeneizar” ou mesclar eras e dispensações fazendo delas uma mesma coisa. Por exemplo, o “Unger’s Bible Dictionary” diz que “uma dispensação é uma era de tempo durante a qual o homem é provado...”. O gráfico das “Sete Dispensações” de C. I. Scofield é outro exemplo desta mistura.
Nas Escrituras uma era é uma época ou período de tempo que já passou, está passando ou passará neste mundo. Períodos assim são chamados de “os tempos dos séculos” ou “tempos eternos” (Tito 1:2), dependendo da versão da Bíblia. Uma dispensação, como já observamos, é um mandato público de Deus na administração de Suas formas de tratar com o homem envolvendo determinadas exigências morais e espirituais para aqueles que estão em Sua casa. Essas administrações podem mudar durante uma era, mas elas não são eras. As Escrituras fazem distinção entre as duas coisas.
Em Seu ministério o Senhor falou de duas eras em particular: “nesta era nem na era que há de vir” (Mt 12:32 NVI). “Esta era” é a era Mosaica, que começou no Sinai e estava em progresso nos dias da primeira vinda do Senhor. Quando Ele foi rejeitado e expulso deste mundo, esta era passou a ser caracterizada de outra forma e se tornou uma “presente era perversa” (Gl 1:4 NVI - ou “século mau” ou “mundo perverso”, dependendo da versão). Isto porque os “poderosos desta era” (1 Co 2:6-8 NVI ou “príncipes deste mundo” ou “poderosos desta época”) cometeram o maior de todos os pecados ao crucificarem o Senhor da glória. Escolheram Barrabás, o ladrão, ao invés de Cristo, e agora “todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5:19).
Alguns acham que o atual chamamento de Deus por meio do evangelho colocou a era Mosaica em suspenso, e que ela não recomeçará a não ser em algum dia no futuro. Mas isto não é correto: a era Mosaica continua seguindo o seu curso na terra nos dias de hoje. A vinda do Espírito Santo e a introdução do Cristianismo não fizeram com que ela terminasse e tampouco deram início a uma nova era. Todavia, embora a era Mosaica não esteja suspensa, a conexão de Deus com Israel como nação está suspensa. Aqueles que creem no evangelho são chamados para fora de entre judeus e gentios para serem feitos parte da Igreja; eles são libertados da “presente era perversa” (Gl 1:4 NVI) e já não fazem parte dela, no que diz respeito à sua posição diante de Deus. A Igreja, portanto, não tem qualquer ligação com a terra e com as eras ou períodos de tempo, pois ela é uma entidade celestial que está fora do tempo. Portanto, falar dos tempos atuais como “a era da Igreja” não está doutrinariamente correto.
A Igreja está na terra no presente momento como peregrina em sua jornada rumo ao seu lar celestial; sua vocação, caráter e destino são todos celestiais (2 Co 5:1; Ef 1:3; 2:6; 6:12; Fp 3:20; Cl 1:5; Hb 3:1; 11:16; 12:22; 13:14; 1 Pe 1:4). Já que a Igreja continua na terra e atravessa “esta era” que é marcada pelo mal, as exortações do apóstolo são para nos mantermos separados de seu caráter e maneiras. Devemos viver “neste presente século [era] sóbria, e justa, e piamente” (Tt 2:12). Os crentes devem rejeitar a sabedoria desta era, pois Deus tornou “louca a sabedoria deste mundo [desta era]” (1 Co 1:20). Além disso, os cristãos materialmente “ricos deste mundo [desta era]” (1 Tm 6:17) são admoestados a não confiarem na incerteza das riquezas. Eles devem distribuir suas posses e deste modo entesourarem “para si mesmos um bom fundamento para o futuro” (1 Tm 6:18-19). É triste ver que alguns cristãos hoje estão deixando de lado sua perseverança e passando a amar “o presente século [era]” (2 Tm 4:10) e, como consequência, se estabelecendo no mundo. Demas é um exemplo disto (2 Tm 4:10).
Sabemos, a partir das Escrituras proféticas, que a era atual tem ainda no mínimo mais 7 anos para o seu fim, os quais começarão a contar após a Igreja ser chamada para o céu. Esses 7 anos formam a septuagésima semana de Daniel (Dn 9:27). Esta “era” está neste momento sob o controle de Satanás, que é o seu “deus” e “príncipe” (2 Co 4:4; Ef 2:2). Ela terminará com a Manifestação de Cristo naquilo que é chamado de “fim do mundo [fim da era]” (Mt 13:39-40, 49; 24:3; 28:20). Nessa ocasião o Senhor inaugurará o “século futuro” ou “era futura”, que é o Milênio (Mt 12:32; Mc 10:30; Ef 1:21; Hb 2:5; 6:5). Quando o Milênio tiver terminado seu período de mil anos, virá o Estado Eterno. As Escrituras chamam isso de “séculos dos séculos” ou “todo o sempre” (Gl 1:5; Ef 2:7; 3:21; 1 Tm 1:17; 1 Pe 5:11; Ap 5:13; 22:5). Não é exatamente uma “era”, pois as eras estão associadas ao tempo, e não há tempo na eternidade.
Resumindo, uma “era” é um período de tempo, e uma “dispensação” é um mandato de Deus (uma economia) durante um período determinado de tempo em relação a alguma revelação específica da verdade que Ele entregou à Sua casa.
Os principais nomes de Deus e de Cristo ao longo das eras
  •         ERA DA INOCÊNCIA (Adão e Eva no Jardim do Éden) — Deus (Elohim), SENHOR Deus (Jeovah-Elohim).
  •         ERA DA AUSÊNCIA DE LEI (do jardim ao dilúvio) — Deus (Elohim).
  •         ERA DO GOVERNO (do dilúvio ao chamado de Abraão) — Deus, o SENHOR.
  •         ERA DA PROMESSA (de Abraão à Lei) — SENHOR (Jeovah), o Deus Altíssimo (El Elyon), o Deus Todo-poderoso (El Shaddai).
  •         ERA DA LEI (da Lei a Cristo) — SENHOR (Jeovah), o Senhor de toda a Terra, o Deus dos Céus.
  •         O ATUAL DIA DA GRAÇA — Pai.
  •         ERA DA GLÓRIA DO REINO (Milênio) — Deus Altíssimo, Filho de Davi, Filho do Homem.



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