“A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?” por Bruce Anstey

ISAÍAS 61:1-3

ISAÍAS 61:1-3

“O espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado.” Isaías 61:1-3
Esta passagem indica que o Messias (o Senhor Jesus Cristo) possui um triplo ministério em conexão com Israel: em graça (Is 61:1-2a), juízo (Is 61:2b) e cura (Is 61:2c-3). Sabemos disso da aplicação feita pelo Senhor desta profecia em Lucas 4:16-21, mostrando que haveria uma interrupção em Seu ministério Messiânico. Ele indicou isto ao interromper Sua citação da passagem na parte em que diz “anunciar o ano aceitável do Senhor”. Ele então anunciou que aquela parte da profecia estaria se cumprindo naquele momento de Sua primeira vinda, ao dizer: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4:21). Ele não mencionou que as outras duas partes da profecia estariam se cumprindo naquele momento. A história confirma que as duas últimas partes ainda não se cumpriram. Estas tinham a ver com o Senhor executando juízo sobre os grandes reinos deste mundo e trazendo conforto, cura e restauração a todos os que “choram” (se arrependem) em Israel e, como consequência, as bênçãos mileniais prometidas pelos profetas do Antigo Testamento seriam derramadas sobre a nação. Como sabemos, isso ainda não aconteceu.

Se o Senhor não tivesse indicado esta interrupção na profecia, talvez não a tivéssemos percebido na passagem de Isaías. Mas já que Ele indicou que apenas parte dela se cumpria em Sua primeira vinda, sabemos com certeza que ainda há de vir um dia quando ele irá cumprir o restante da profecia.



MIQUÉIAS 5:1-3

MIQUÉIAS 5:1-3

“Agora ajunta-te em tropas, ó filha de tropas; pôr-se-á cerco contra nós; ferirão com a vara na face ao juiz de Israel. E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto os entregará até ao tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel.” Miquéias 5:1-3
Por ocasião do ataque dos assírios (o Rei do Norte — Dn 11:40-42), o profeta mostra a obra do Espírito de Deus no remanescente, trazendo à consciência dos judeus o sentimento de culpa por terem rejeitado seu Messias. Muitos anos antes, mas em um tempo ainda futuro em relação àquele em que o profeta falava, a nação feriu “com a vara na face ao juiz de Israel” — isto é, eles insultaram e rejeitaram a Cristo (Mq 5:1). O versículo dois é um parêntese que identifica quem é esta importante Pessoa. Ele nasceu na insignificante cidade de Belém, mas estava destinado a ser “o que governará em Israel”. Suas “saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”, referindo-se assim ao caráter eterno de Sua Pessoa. Esta Pessoa eterna não poderia ser outro senão o Senhor Jesus Cristo.
Como consequência de Sua humilhação e rejeição a profecia declara que “os entregará até ao tempo em que a que está de parto tiver dado à luz”. Isto significa que Deus iria interromper Suas tratativas com a nação. Seria algo temporário, como é indicado na seguinte frase, “até ao tempo em que a que está de parto tiver dado à luz”. Mais uma vez o profeta não especifica por quanto tempo a nação seria deixada de lado, mas nos assegura que o Senhor iria restabelecer Seu relacionamento com ela depois do “parto”. O trabalho de parto de Israel é o “tempo de angústia para Jacó” — a Grande Tribulação (Jr 14:8; 30:7). O “parto” da nação é seu renascimento pela graça de Deus (Is 66:7-8). O profeta declara que nessa ocasião “o restante [remanescente] de seus irmãos” (os judeus) sairá da Grande Tribulação e será restaurado ao Senhor. Eles serão então reunidos aos “filhos de Israel” (um remanescente das dez tribos) que também serão restaurados naquela ocasião. Portanto, as duas partes da nação que ficou dividida por quase três mil anos serão reunidas naquele dia e entrarão juntas no reino milenial de Cristo, como um só povo (Is 11:12-13; Ez 37:1-28).

Mais uma vez aqui temos uma clara indicação de que Deus interromperia Suas tratativas com a nação de Israel e voltaria a tratar com ela em algum momento no futuro, sem dizer em quê o Senhor teria Sua atenção concentrada nesse ínterim. Como ocorreu em Daniel 9, a causa da interrupção apontada nesta passagem é a rejeição de Cristo, o Messias, pelos judeus.


DANIEL 9:24-27

DANIEL 9:24-27

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade [expiação], e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo [santo dos santos]. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.” Daniel 9:24-27
Esta bem conhecida profecia mostra que ocorreria uma interrupção nas tratativas de Deus para com Israel, já que a 70ª semana (de anos) está separada das 69 semanas. O que causaria essa interrupção está claramente indicado em “será cortado o Messias” por meio de Sua morte (Isaías 53:8). Isto se refere à rejeição e crucificação de Cristo pela nação judaica.
Enquanto o ciclo de semanas é interrompido com a morte de Cristo, a profecia segue adiante na última parte do versículo 26 para falar da destruição “da cidade e do santuário”. Isto, como já observamos, foi feito por Tito e pelos romanos no ano 70 D.C. Eles são “o povo do príncipe, que há de vir”. O fato de esta profecia continuar no versículo 26, mas não imediatamente com os detalhes concernentes à 70ª semana, indica claramente que ocorre uma interrupção no ciclo de semanas. O versículo 26 segue dizendo “... e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações”. Isto se refere à história da cidade de Jerusalém nos anos que se passariam entre a 69ª e a 70ª semana. Nenhuma cidade passou por tantas guerras e problemas como a culpada cidade de Jerusalém. Walter Scott assinala que aquela cidade já foi sitiada 33 ou 34 vezes desde que Cristo foi rejeitado por Seu povo. O próprio Senhor disse que ela seria “pisada pelos gentios” até Sua vinda — a Manifestação de Cristo (Lc 21:24-28). Ou seja, ela ficaria sujeita aos gentios até Cristo voltar.
No versículo 27 a profecia indica que em algum momento no futuro o ciclo de semanas será retomado com a 70ª e última “semana” tomando seu curso, quando os judeus farão “uma aliança” de morte com o “príncipe” romano (Is 28:15). Mas após as 70 semanas terem se cumprido, as seis grandes promessas relativas à restauração de Israel e às bênçãos da nação no reino futuro (mencionadas no versículo 24) se tornarão realidade. Sabemos que a 70ª semana (de sete anos) não se cumpriria após a 69ª semana, pois imediatamente após seu cumprimento as seis promessas de restauração e bênçãos feitas a Israel aconteceriam — e nada disso aconteceu sete anos depois de Cristo ter morrido. A 70ª semana, portanto, ainda está para ser cumprida.

Portanto a profecia mostra que haveria uma interrupção e depois uma retomada nas tratativas de Deus para com Israel, mas não nos é dito quanto tempo duraria essa interrupção, ou com quê Deus estaria ocupado nesse ínterim.




1. AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO INDICAM UMA SUSPENSÃO NAS TRATATIVAS DE DEUS PARA COM ISRAEL

1. AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO INDICAM UMA SUSPENSÃO NAS TRATATIVAS DE DEUS PARA COM ISRAEL

O primeiro “pilar” da verdade dispensacional é que as Escrituras proféticas do Antigo Testamento ensinam que haveria uma interrupção nas tratativas de Deus para com Israel como consequência da rejeição do Messias.
A atual suspensão das tratativas de Deus para com a nação não ocorreu durante a vida e ministério do Senhor Jesus, mas depois de os judeus terem rejeitado Seu testemunho (At 7:51) e também o testemunho do Espírito Santo (At 7:51). Depois de haver, não somente crucificado o Cristo, mas também resistido ao testemunho do Espírito de Deus (falando a eles por intermédio dos apóstolos), a nação foi colocada de lado nas tratativas administrativas de Deus. O golpe final de rejeição e incredulidade culminou no fato de os líderes responsáveis pela nação terem apedrejado Estêvão em Atos 7, enviando-o para o céu com a mensagem: “Não queremos que este Homem reine sobre nós” (Lucas 19:14). Ainda assim Deus os suportou com paciente misericórdia por quarenta anos até o ano 70 D.C., quando a nação foi destruída pelo exército romano. Após a rejeição final de Cristo por ocasião do apedrejamento de Estêvão, Deus passou a buscar pelos gentios com o evangelho de Sua graça. Portanto, houve uma progressão no julgamento da nação que terminou com ela eventualmente tendo sido colocada de lado:
·         Judicialmente na cruz (Sl 69:22-28).
·         Administrativamente no apedrejamento de Estêvão (At 7).
·         Literalmente pelo fato de o exército romano ter destruído a cidade e o santuário (Dn 9:26; Mt 22:7).
Estas profecias do Antigo Testamento não vão além de indicar o que ocorreria no modo de Deus agir durante o tempo em que Israel fosse colocado de lado como nação. A razão disto é que a verdade do atual chamado celestial da Igreja pelo evangelho (apresentada no “Mistério”) estava escondida dos santos do Antigo Testamento e era um “mistério que desde tempos eternos esteve oculto” (Rm 16:25; Ef 3:9; Cl 1:26-27). Trata-se da verdade do Mistério que “noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens” (Ef 3:5). Portanto os profetas do Antigo Testamento não poderiam ter falado das coisas reveladas no Mistério, pois ninguém nos tempos do Antigo Testamento as conhecia! Todavia, as passagens do Antigo Testamento que estamos prestes a examinar estabelecem o fato de que as tratativas de Deus com Israel (na verdade os judeus) seriam suspensas. Este é o primeiro “pilar” da verdade dispensacional.

As passagens a seguir indicam esta interrupção ou suspensão:


OS QUATRO PILARES DA VERDADE DISPENSACIONAL

OS QUATRO PILARES DA VERDADE DISPENSACIONAL

Como já foi mencionado, a verdade dispensacional envolve a suspensão das tratativas de Deus para com Israel por terem rejeitado a Cristo, o Messias, e o início de um chamamento celestial de pessoas, pelo evangelho, para formarem a Igreja. Depois disso Deus voltará a tratar com um remanescente de Israel para introduzi-lo na bênção juntamente com as nações gentias durante o reino milenial de Cristo. Portanto, poderíamos dizer que a presente vocação da Igreja é um parêntese celestial nas tratativas terrenas de Deus para com Israel.
Havendo declarado esta simples sequência de eventos concernentes a Israel e à Igreja no modo de Deus agir, a pergunta que naturalmente surge é: “Como sabemos que esta ordem de coisas é correta?”. A resposta é que a Palavra de Deus a indica em muitos lugares. A rigor, o grande teste para sabermos qual é verdadeiro — Dispensacionalismo ou Teologia Reformada do Pacto —é verificar se encontra respaldo na Palavra de Deus, nossa única autoridade. Tendo isto em mente, podemos citar uma lista de professores bíblicos do passado e do presente que adotam diferentes lados nesta questão, alguns professando uma visão dispensacional, outros da Teologia do Pacto. Já que estas duas visões se opõem, ambas não podem ser verdadeiras. Todavia, não é o que os homens dizem a respeito do assunto que deveria determinar a posição que adotamos, mas sim o que a Palavra de Deus diz. Ao longo de suas páginas encontramos testemunho após testemunho do Dispensacionalismo como sendo a verdade, e nos surpreende que alguém possa ler as Escrituras com seriedade e deixar isso passar. Dos claros ensinos do apóstolo Paulo em suas epístolas aos tipos no Antigo Testamento, passando pelas figuras apresentadas nos evangelhos, o ensino deste assunto é abundante e confirma que realmente existe uma ordem dispensacional no modo de Deus agir. Os teólogos do Pacto irão negar, mas só estarão negando as esmagadoras evidências das Escrituras.
Gostaríamos agora de demonstrar isto levando nossos leitores através de várias passagens que mostram esta ordem dispensacional. Para auxiliar na compreensão desta ordem simples, assinalamos quatro características evidentes dela. Nós as chamamos de “Os Quatro Pilares da Verdade Dispensacional”. São eles:
  1. As profecias do Antigo Testamento indicam que ocorreria uma interrupção ou suspensão no modo de Deus agir para com Israel em razão da rejeição dos judeus de seu Messias, e que mais tarde Deus voltaria a tratar com eles em um tempo futuro.
  2. As Escrituras do Antigo Testamento também declaram que, como consequência da rejeição dos judeus de seu Messias, eles seriam espalhados por todo o mundo por um juízo administrativo ou governamental de Deus, e que por muitos séculos seriam um povo sem um país.
  3. As Escrituras também indicam que nesse interim Deus iria voltar Sua atenção para os gentios a fim de chamar de entre eles crentes no Senhor Jesus Cristo para serem parte de uma nova companhia de pessoas abençoadas, chamada de Igreja, a qual é o corpo e noiva de Cristo. Isto não significa que no tempo presente Deus não salve judeus que creiam e os introduza na Igreja — com certeza Ele faz isso (Rm 11:1-5; Gl 6:16; Ef 2:14-16), mas o seu foco durante o tempo presente está predominantemente nos gentios (At 13:44-48; 15:14; 28:23-29). O propósito desse esforço não é fazer com que crentes gentios substituam Israel (como alguns cristãos erroneamente pensam), mas formar uma companhia celestial totalmente nova de crentes, a qual possui suas próprias bênçãos e privilégios que são distintos, e também uma vocação e destino celestiais.
  4. As Escrituras indicam que após este atual intervalo Deus irá voltar a tratar com Israel e os abençoará de forma literal em conformidade com as promessas que fez aos Patriarcas e às visões que deu aos profetas daquele povo. Um remanescente de todas as doze tribos será restaurado ao Senhor e abençoado na terra em sua pátria durante o reino de Cristo.



A diferença entre eras e dispensações

A diferença entre eras e dispensações

As eras, também traduzidas como “séculos” ou “mundo” dependendo da versão, costumam ser frequentemente confundidas com dispensações, mas são coisas diferentes, apesar de estarem de alguma maneira conectadas. Na verdade a maioria daqueles que ensinam o Dispensacionalismo costuma apresentar um gráfico de eras chamando-as de dispensações. Somos gratos por preservarem a verdade dispensacional, mas eles não são claros quanto a estas distinções. Essencialmente, o que fazem é “homogeneizar” ou mesclar eras e dispensações fazendo delas uma mesma coisa. Por exemplo, o “Unger’s Bible Dictionary” diz que “uma dispensação é uma era de tempo durante a qual o homem é provado...”. O gráfico das “Sete Dispensações” de C. I. Scofield é outro exemplo desta mistura.
Nas Escrituras uma era é uma época ou período de tempo que já passou, está passando ou passará neste mundo. Períodos assim são chamados de “os tempos dos séculos” ou “tempos eternos” (Tito 1:2), dependendo da versão da Bíblia. Uma dispensação, como já observamos, é um mandato público de Deus na administração de Suas formas de tratar com o homem envolvendo determinadas exigências morais e espirituais para aqueles que estão em Sua casa. Essas administrações podem mudar durante uma era, mas elas não são eras. As Escrituras fazem distinção entre as duas coisas.
Em Seu ministério o Senhor falou de duas eras em particular: “nesta era nem na era que há de vir” (Mt 12:32 NVI). “Esta era” é a era Mosaica, que começou no Sinai e estava em progresso nos dias da primeira vinda do Senhor. Quando Ele foi rejeitado e expulso deste mundo, esta era passou a ser caracterizada de outra forma e se tornou uma “presente era perversa” (Gl 1:4 NVI - ou “século mau” ou “mundo perverso”, dependendo da versão). Isto porque os “poderosos desta era” (1 Co 2:6-8 NVI ou “príncipes deste mundo” ou “poderosos desta época”) cometeram o maior de todos os pecados ao crucificarem o Senhor da glória. Escolheram Barrabás, o ladrão, ao invés de Cristo, e agora “todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5:19).
Alguns acham que o atual chamamento de Deus por meio do evangelho colocou a era Mosaica em suspenso, e que ela não recomeçará a não ser em algum dia no futuro. Mas isto não é correto: a era Mosaica continua seguindo o seu curso na terra nos dias de hoje. A vinda do Espírito Santo e a introdução do Cristianismo não fizeram com que ela terminasse e tampouco deram início a uma nova era. Todavia, embora a era Mosaica não esteja suspensa, a conexão de Deus com Israel como nação está suspensa. Aqueles que creem no evangelho são chamados para fora de entre judeus e gentios para serem feitos parte da Igreja; eles são libertados da “presente era perversa” (Gl 1:4 NVI) e já não fazem parte dela, no que diz respeito à sua posição diante de Deus. A Igreja, portanto, não tem qualquer ligação com a terra e com as eras ou períodos de tempo, pois ela é uma entidade celestial que está fora do tempo. Portanto, falar dos tempos atuais como “a era da Igreja” não está doutrinariamente correto.
A Igreja está na terra no presente momento como peregrina em sua jornada rumo ao seu lar celestial; sua vocação, caráter e destino são todos celestiais (2 Co 5:1; Ef 1:3; 2:6; 6:12; Fp 3:20; Cl 1:5; Hb 3:1; 11:16; 12:22; 13:14; 1 Pe 1:4). Já que a Igreja continua na terra e atravessa “esta era” que é marcada pelo mal, as exortações do apóstolo são para nos mantermos separados de seu caráter e maneiras. Devemos viver “neste presente século [era] sóbria, e justa, e piamente” (Tt 2:12). Os crentes devem rejeitar a sabedoria desta era, pois Deus tornou “louca a sabedoria deste mundo [desta era]” (1 Co 1:20). Além disso, os cristãos materialmente “ricos deste mundo [desta era]” (1 Tm 6:17) são admoestados a não confiarem na incerteza das riquezas. Eles devem distribuir suas posses e deste modo entesourarem “para si mesmos um bom fundamento para o futuro” (1 Tm 6:18-19). É triste ver que alguns cristãos hoje estão deixando de lado sua perseverança e passando a amar “o presente século [era]” (2 Tm 4:10) e, como consequência, se estabelecendo no mundo. Demas é um exemplo disto (2 Tm 4:10).
Sabemos, a partir das Escrituras proféticas, que a era atual tem ainda no mínimo mais 7 anos para o seu fim, os quais começarão a contar após a Igreja ser chamada para o céu. Esses 7 anos formam a septuagésima semana de Daniel (Dn 9:27). Esta “era” está neste momento sob o controle de Satanás, que é o seu “deus” e “príncipe” (2 Co 4:4; Ef 2:2). Ela terminará com a Manifestação de Cristo naquilo que é chamado de “fim do mundo [fim da era]” (Mt 13:39-40, 49; 24:3; 28:20). Nessa ocasião o Senhor inaugurará o “século futuro” ou “era futura”, que é o Milênio (Mt 12:32; Mc 10:30; Ef 1:21; Hb 2:5; 6:5). Quando o Milênio tiver terminado seu período de mil anos, virá o Estado Eterno. As Escrituras chamam isso de “séculos dos séculos” ou “todo o sempre” (Gl 1:5; Ef 2:7; 3:21; 1 Tm 1:17; 1 Pe 5:11; Ap 5:13; 22:5). Não é exatamente uma “era”, pois as eras estão associadas ao tempo, e não há tempo na eternidade.
Resumindo, uma “era” é um período de tempo, e uma “dispensação” é um mandato de Deus (uma economia) durante um período determinado de tempo em relação a alguma revelação específica da verdade que Ele entregou à Sua casa.
Os principais nomes de Deus e de Cristo ao longo das eras
  •         ERA DA INOCÊNCIA (Adão e Eva no Jardim do Éden) — Deus (Elohim), SENHOR Deus (Jeovah-Elohim).
  •         ERA DA AUSÊNCIA DE LEI (do jardim ao dilúvio) — Deus (Elohim).
  •         ERA DO GOVERNO (do dilúvio ao chamado de Abraão) — Deus, o SENHOR.
  •         ERA DA PROMESSA (de Abraão à Lei) — SENHOR (Jeovah), o Deus Altíssimo (El Elyon), o Deus Todo-poderoso (El Shaddai).
  •         ERA DA LEI (da Lei a Cristo) — SENHOR (Jeovah), o Senhor de toda a Terra, o Deus dos Céus.
  •         O ATUAL DIA DA GRAÇA — Pai.
  •         ERA DA GLÓRIA DO REINO (Milênio) — Deus Altíssimo, Filho de Davi, Filho do Homem.



A DISPENSAÇÃO DA PLENITUDE DOS TEMPOS

A DISPENSAÇÃO DA PLENITUDE DOS TEMPOS

A terceira grande dispensação ainda é futura; trata-se da “Dispensação da Plenitude dos Tempos” (Ef 1:10). Esta será uma designação especial de Deus para com os homens durante o reino público de Cristo no Milênio — o reino de mil anos de Cristo. Naquele dia o remanescente de Israel restaurado e muitas nações gentias desfrutarão de uma porção terrenal de bênção sob Cristo e a Igreja. A administração de toda aquela esfera estará nos céus, encabeçada por Cristo e pela Igreja por sobre a terra. Isto está indicado em Efésios 1:10 na expressão “no Cristo”. Geralmente, quando nos escritos de Paulo o artigo “o” é colocado antes de “Cristo” (como em “no Cristo”) isto indica a união mística entre Cristo, a Cabeça, e os membros de Seu corpo (1 Co 12:12-13). [N. do T.: A passagem de Efésios 1:10 na versão Almeida traz “em Cristo”, mas o correto seria “no Cristo”, como aparece na versão de J. N. Darby e na tradução literal de J. N. Young].
O que é notável acerca destas três dispensações (ou administrações) da casa de Deus é que existe uma notável diferença entre a Dispensação do Mistério e as outras duas que vêm antes e depois dela. A Dispensação da Lei e a Dispensação da Plenitude dos Tempos são administrações que têm a ver com povos terrenos, enquanto a Dispensação do Mistério, encaixada entre as outras duas, é uma administração envolvendo uma companhia celestial de pessoas — a Igreja. A ordem dessas administrações no tempo são como as três partes de um “Biscoito Oreo” recheado. As duas dispensações externas (como se fossem as duas partes externas do biscoito) são administrações relacionadas à terra, enquanto a dispensação do meio (o recheio no exemplo do biscoito) pertence ao povo celestial. A verdade é que quanto mais estudamos a Dispensação do Mistério, mais iremos ver o quão diferente ela é das outras duas.
Como já foi mencionado, a Dispensação do Mistério é uma vocação celestial intercalada que tem a ver com a Igreja. No momento atual as tratativas de Deus com a nação de Israel estão suspensas e, por meio do evangelho da Sua graça, Deus está chamando os crentes para fora, para fazerem parte da Igreja. Depois Deus voltará a tratar com Israel e introduzirá na bênção um remanescente de todas as doze tribos, juntamente com as nações gentias que serão abençoadas sob Israel no reino milenial de Cristo. Portanto, uma mudança ocorreu nas maneiras dispensacionais de Deus agir, da Lei para a Graça ministrada agora no Mistério. Haverá ainda outra mudança, do Mistério para o Reino, quando vier a Revelação ou Manifestação de Cristo.
Disto aprendemos que Deus não tem apenas o propósito de ter um povo abençoado com Cristo na terra naquele dia vindouro da glória do reino, mas que também deseja ter um povo abençoado com Ele no céu.


A DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO

A DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO

A segunda grande dispensação é a Dispensação do Mistério. Ela também tem sido chamada de Dispensação da Graça de Deus. Trata-se de uma administração para o governo de um povo celestial, salvo por graça e selado com o Espírito Santo — a Igreja de Deus. J. N. Darby a chamou de “a presente dispensação” e “dispensação da Igreja” (Collected Writings, vol. 1, p. 289).

O apóstolo Paulo foi comissionado para “demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério. Portanto a Paulo caberia ensinar as coisas relacionadas ao Mistério “que desde os séculos esteve oculto em Deus”, que compõem a verdade de Cristo e da Igreja (Ef 5:32). O ministério da graça realmente começou com o ministério de nosso Senhor Jesus Cristo (João 1:17; Lucas 4:16-30), mas quando o Seu povo (os judeus) O rejeitaram, Deus deixou aquele povo de lado por um tempo como nação e iniciou a atual Dispensação da Graça com o chamamento celestial da Igreja por meio da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2:1-4; 1:15). Os crentes hoje estão sendo chamados para fora de entre judeus e gentios para fazerem parte desse novo grupo celestial que Deus está formando — a Igreja de Deus, corpo e esposa de Cristo (At 15:14; 26:17). A responsabilidade do ministério cristão é a de promover a “dispensação [oikonomia] de Deus” ajudando os crentes a entenderem sua vocação celestial em Cristo, e a conduzirem suas vidas em conformidade com a atual administração de Sua casa (1 Tm 1:4). A Igreja não é uma dispensação, mas é governada por uma dispensação ou normas de conduta de Deus em relação à verdade especial revelada no Mistério.


A DISPENSAÇÃO DA LEI

A DISPENSAÇÃO DA LEI

A primeira destas dispensações é a Dispensação da Lei. A casa de Deus na terra não foi realmente estabelecida até que Ele tivesse criado um relacionamento com Israel sobre o terreno da redenção, dando àquele povo a Lei e o culto a Deus no tabernáculo — Êxodo 10:40. Antes disso os homens caminhavam com Deus como indivíduos, mas não existia um sistema publicamente organizado por Deus para tratar com os homens no que diz respeito à Sua casa. Portanto, dificilmente poderíamos afirmar que existissem dispensações antes disso (cf. Concise Bible Dictionary).
A Dispensação da Lei foi um modo organizado de Deus tratar com os homens (a nação de Israel) no qual as obrigações legais e exigências da Lei deviam ser cumpridas pelo povo que estava sob ela, a fim de poder caminhar em comunhão com Deus. Essa administração do povo de Deus naqueles tempos passou por três fases:
  •         Aproximadamente 400 anos sob os Juízes (da entrada de Israel na terra de Canaã ao final do tempo dos Juízes — Atos 13:19-20).
  •         Aproximadamente 500 anos de reinado (desde o rei Saul ao cativeiro babilônico).
  •         Aproximadamente 600 anos de testemunho profético durante os Tempos dos Gentios (do cativeiro babilônico a João Batista — Lucas 16:16)




As três principais dispensações

As três principais dispensações

Existem três principais dispensações no modo de Deus agir (cf. “Concise Bible Dictionary” — pag. 216-217). Alguns podem enxergar mais de três dispensações, mas todos os dispensacionalistas concordam que as três que iremos considerar são as principais, e são aquelas sobre as quais recai a controvérsia a respeito do ensino dispensacional. Portanto é de vital importância entender as diferentes maneiras de Deus agir em conexão com elas.



A necessidade de se manejar corretamente a Palavra da Verdade

A necessidade de se manejar corretamente a Palavra da Verdade

As Escrituras dizem: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja [reparte] bem a palavra da verdade” (2 Tm 2:15). Este versículo indica que a Palavra de Deus possui divisões, e se quisermos ser aprovados diante de Deus precisamos saber distingui-las em nossos estudos das Escrituras. A tendência da maioria dos cristãos é enxergar a Palavra de Deus como uma massa indistinta de versículos bíblicos que teriam sido todos escritos especificamente para nós, os crentes no Senhor Jesus. Todavia, existem coisas que foram escritas para Israel e pertencem àquele povo, e há também coisas que foram escritas para a Igreja e dizem respeito especificamente a ela. As Escrituras fazem distinção entre estes dois grupos de pessoas abençoadas como sendo entidades distintas das nações gentias. Ela diz: “Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus (1 Co 10:32). Manejar ou repartir bem a Palavra da Verdade é estudar a Bíblia, observar, e entender as distinções que Deus fez entre estes diferentes grupos. Israel, Igreja e Gentios têm vocações, bênçãos e destinos completamente diferentes no plano de Deus para a bênção dos homens. Cada grupo foi chamado com o propósito de manifestar as glórias e excelências de Cristo em diferentes esferas de Seu reino vindouro, não apenas na terra, mas também nos céus:
  •         ISRAEL“A esse povo que formei para mim; o meu louvor relatarão (Is 43:21; 60:1-22; Sl 79:13).
  •         GENTIOS“E os gentios... publicarão os louvores do Senhor (Is 60:3-6).
  •         IGREJA“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9; Ap 21:10-11).

O fato de 2 Timóteo 2:15 dizer “... que maneja [reparte] bem a palavra da verdade” indica que as Escrituras podem ser mal manejadas ou repartidas e aplicadas. Este tem sido o caso do método pactualista de interpretação bíblica que examinaremos no final deste livro. Portanto, é preciso ter cuidado no manuseio das Escrituras e prestar atenção às distinções entre o que é interpretação e o que é aplicação.

Como cristãos, somos culpados de cristianizar as Escrituras que não foram dirigidas a nós e imaginar que elas tenham sido. Pegamos passagens que foram claramente escritas para Israel e imaginamos que estejam se referindo à Igreja. Um exemplo disto são os subtítulos de algumas Bíblias que aparecem no topo de várias páginas, particularmente nos livros dos Salmos e do profeta Isaías. Esses subtítulos, que não fazem parte das Escrituras divinamente inspiradas, foram adicionados pelos tradutores para instruir o leitor (infelizmente de forma errada) que essas passagens teriam sido escritas (na opinião deles) para a Igreja, quando elas foram claramente escritas para Israel. É compreensível que isso tenha acontecido, já que os tradutores eram teólogos reformados da Teologia do Pacto. Não estamos dizendo que os cristãos não deveriam ler e buscar por lições morais e práticas nas passagens do Antigo Testamento — 1 Coríntios 10:11 e 2 Timóteo 3:16 indicam que devemos fazê-lo. Mas isto não significa que as passagens do Antigo Testamento tenham sido escritas para cristãos, pelo menos quando o assunto é a interpretação. Romanos 15:4 diz: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”. Aquelas coisas no Antigo Testamento foram escritas “para” nós, mesmo que não tenham sido dirigidas “a” nós. Isto é algo que deve ser observado e compreendido por todo estudante da Bíblia.


A VERDADE DISPENSACIONAL

A VERDADE DISPENSACIONAL

O que é Dispensacionalismo?


A palavra “dispensação” (“oikonomia” em grego) significa “administração de uma casa”, “gestão de uma família” ou “regras da casa”. No sentido em que é usada nas Escrituras trata-se do modo de Deus tratar com os homens na administração de Seus desígnios em Sua casa. Portanto, a palavra dispensação significa uma maneira específica que Deus utiliza para ordenar ou governar Sua casa na qual o Seu povo se relaciona com Ele. Esta definição pode variar às vezes por diversas razões. Por exemplo, no Antigo Testamento, quando Israel estava sob a Lei, Deus ordenou Sua casa de uma maneira diferente da que ele hoje ordena a Sua casa no Dia da Graça. Portanto, tem ocorrido uma mudança de dispensações — uma mudança na gestão da casa de Deus.

O ensino bíblico que observa e reconhece uma diferença entre Israel, Igreja e os santos do reino milenial — cada um com sua vocação, bênçãos e destinos específicos — é o que chamamos de Dispensacionalismo.


O Objetivo deste Livro

O Objetivo deste Livro

Nosso objetivo neste livro, portanto, é estabelecer os princípios básicos da verdade dispensacional, a fim de que o crente possa ficar bem fundamentado nesta importante linha de verdade e, assim, ter um melhor entendimento do propósito final de Deus, que é o de glorificar a Cristo no futuro (o Milênio) em duas esferas — nos céus e na terra — por meio da Igreja e de Israel restaurado, juntamente com as nações gentias.
Na última parte do livro examinaremos os dogmas básicos da Teologia Reformada do Pacto e explicaremos por que esta doutrina é um erro. Iremos também apontar o impacto negativo que ela tem na vida e serviço cristãos. Nossa oração a Deus é que o leitor possa ser adequadamente informado a respeito deste sistema de ensino errôneo e seja convencido a afastar-se dele.



INTRODUCAO

INTRODUÇÃO
Teologia do Pacto ou Dispensações

Qual a maneira correta de se interpretar as Escrituras?

Quando o assunto são os princípios básicos de interpretação das Escrituras, o mundo cristão está dividido em duas principais correntes. Independente de estarem ou não cientes disso, conforme a posição que adotam, em relação a Israel e à Igreja e aos santos do reino milenial, no propósito de Deus para a bênção futura do homem no reino de Cristo, os cristãos são identificados por seguirem ou a “Verdade Dispensacional” ou a “Teologia do Pacto”.
É triste ter de admitir que desde o seu princípio a Igreja fracassou em guardar “o bom depósito” ou a verdade que lhe foi confiada (2 Tm 1:14). Uma das muitas coisas que foram perdidas ao longo dos anos foi a verdade dispensacional. Ela foi ensinada pelo apóstolo Paulo, todavia de algum modo acabou incompreendida e perdida nos primeiros séculos da história da Igreja. Com a perda dessa verdade foram introduzidos muitos erros na profissão cristã. Um destes erros é a Teologia do Pacto. Trata-se da crença de que a Igreja seria um cumprimento das profecias do Antigo Testamento concernentes a Israel. Este erro foi inicialmente ensinado por homens como Agostinho (400 D. C.). Mais tarde, por ocasião da Reforma Protestante (nos anos 1500), ele foi transformado em um sistema de doutrina conhecido hoje como “Teologia do Pacto” ou “Teologia Reformada”. Infelizmente há muito tempo a Teologia do Pacto é aceita como o método ortodoxo de interpretação da Bíblia pela grande maioria da profissão cristã. Quer sejam os católicos ortodoxos ou romanos, ou os reformadores protestantes com suas igrejas nacionais, ou as muitas denominações dissidentes que saíram desses grupos, a maioria — senão todos — aceitou esta interpretação errônea do propósito de Deus em abençoar os homens sob o reino de Cristo. Foi somente nos anos 1800 que Deus efetuou uma restauração completa da verdade “que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3) e a verdade dispensacional voltou a ser conhecida.

A Figura indica que a maior parte da cristandade adota uma interpretação pactualista e não dispensacionalista da Bíblia

Cremos que todos os cristãos precisam ter uma compreensão básica da verdade dispensacional. Sem isto ficaremos à deriva na profissão cristã de nossos dias. As consequências de não se enxergar a distinção entre o modo de Deus tratar com Israel e com a Igreja são significativas, no que diz respeito ao reino milenar de Cristo que se aproxima. Isso leva a muitos erros, desde uma escatologia incorreta (estudo dos eventos futuros) até uma eclesiologia incorreta (estudo da doutrina e prática da Igreja). Isto influencia também os objetivos das pessoas envolvidas no serviço cristão.



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